sexta-feira, 26 de junho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009


A Vergonha Acabou
Cirilo do Simples Coisas da Vida


Quando as pessoas, os cidadãos comuns alardeiam aos quatro ventos que baixaram o filmes, músicas e software piratas da internet é porque a vergonha acabou. Quando o sujeito pede para comprar mais barato e sem nota é porque a vergonha acabou. Quando o sujeito vende sem nota é porque a vergonha acabou. Quando o cidadão vai no “muambacenter” e compra seu MP# contrabandeado achando isso a coisa mais normal do mundo, é porque a vergonha acabou. Quando o cidadão vive a vida cometendo os delitos do dia a dia e correndo atrás do velho jeitinho brasileiro é porque a vergonha acabou.

O povo brasileiro internalizou a corrupção, aceita e pratica todos os dias, nos seus pequenos hábitos. Ao invés de sentir vergonha ainda se orgulha de sua esperteza.

Você espera que esse eleitor escolha alguém diferente dele para ser seu representante?

A classe política de um país é reflexo de seu povo.

Um deputado que manda seu filho viajar com passagens aéreas públicas está metendo a mão no “meu” dinheiro igual a você quando pede para pagar o seu dentista “por fora”. O deputado não é diferente do povo que o elege, ele não tem menos vergonha que o seu povo.

não sei de quem é essa manjadíssima imagem que peguei na net

terça-feira, 9 de junho de 2009

Pizza


Atire a primeira pedra


Parece que o slogan do governo FHC poderia ser: “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”. Trabalhador que vive muito mal e é quem produz a riqueza poderia ter seu dia de glória se a pergunta fosse feita, pois, perto de pequenos furtos em prol da sobrevivência, os ministros e os aliados do governo estão dando um verdadeiro show. Vai faltar pedreira.
A cada dia uma nova surpresa. E parece que os podres surgem numa velocidade bem maior que a de qualquer provedor de internet. Eu diria mesmo que é de fazer inveja à velocidade da luz. Ou, quem sabe, seja como a luz das estrelas: que a gente só enxerga muito tempo depois. Assim também parecem as falcatruas. Se a gente errasse assim para escolher amigos como erra o presidente para escolher ministros e correligionários ... (Está bem você leitor dirá: “E os eleitores”, eu digo trabalhadores, mas você insistirá na sociedade civil - “não erram ao eleger tal presidente ?”. Esta é uma parte do problema. “Mas a eleição é a expressão da democracia”, afirmarão outros leitores. Para quem trabalha, sobretudo em imprensa, sabe que isto é a mais pura e evidente balela - falácia ordinária. Eu mesma posso perder ou deixar de ter emprego pelo que escrevo aqui onde há liberdade, ainda.)
Bem diferente da esfera privada de nossas vidas; daquela que transforma a todos em membros da sociedade civil, o metiê do governo está ficando complicado, porque eles, os dirigentes, têm de denunciar um novo podre por semana para evitar que o anterior assuma proporções gigantescas às quais teriam direito a assumir tivéssemos nós maior consciência, maior compreensão analítica para perceber que de lá de cima o fétido cheiro vem parar nas nossas narinas - objetiva ou subjetivamente. E maior ação - é claro.
E onde será que tudo começou? Porque, na verdade, todos eles - aqueles que vão depor - sempre têm a história plantada no pé do acaso. E qual terá sido o primeiro acaso? Talvez aquele que disse que o Brasil foi descoberto por acaso. Vai ver que foi lá num dia 22 de abril. Descoberta por acaso, colônia de exploração por acaso, independência pela superestrutura por acaso. Até quando a história vai ser explicada ao acaso de quem a protagoniza. Por acaso na esfera pública, cá para nós, deve ter outro nome. Não convém mencionar, pois vai que alguém, por acaso, resolve processar.
Eu escrevi na última coluna que era só ligar a GloboNews à tarde para assistir ao programa Tarde com CPI e com chá, mas deveria ter ampliado um pouco o caráter do programa. Agora há pouco estava lá renunciando o já ex-Ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra, assumidamente candidato ao governo do Rio Grande do Norte e que volta a presidir a Confederação da Indústria deste mesmo estado. Sem contar o informe publicitário da Federação do Comércio da Bahia defendendo o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL). E quem defende o trabalhador que rouba pão da padaria, que rouba frutas na feira?
Que tal tentarmos lembrar de todas as últimas balbúrdias que vieram à tona. No futuro, o atual presidente é capaz de dizer que houve mais descoberta de corrupção no governo dele exatamente porque ele assim decretou. E se alguém disser que a corrupção apareceu mais porque foi produzida em maior escala ele vai dizer: “Foi por acaso, gente! ou: Vocês são engraçados, pessimistas...” E outras pérolas do discurso. Isto é se o parlamentarismo não for, por acaso, sondado novamente pelo tucanato. E a população for induzida - por acaso.

Gislene Bosnich, jornalista e socióloga, repórter da Gazeta Mercantil S/A - Informações Eletrônicas. bosnich@zipmail.com.br